“Fui ‘desistido’ e sabotado pelo meu partido”, diz Kim Kataguiri

“Não desisti de disputar a Prefeitura, fui desistido e sabotado pelo meu partido”, disse o deputado federal Kim Kataguiri (União) sobre não levar à frente sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo.

A fala aconteceu na sede do Movimento Brasil Livre (MBL), no bairro do Morumbi, na zona oeste da capital paulista. A desistência foi antecipada pela analista da CNN Julliana Lopes.

Antes que digam que eu desisti, não desisti de disputar as eleições para a Prefeitura da cidade de São Paulo. Fui ‘desistido’ e sabotado pelo meu partido. Justamente, em razão disso, que não disputarei as eleições

Kim Kataguiri

O União Brasil disse à CNN que não irá comentar as declarações do deputado.

A pré-candidatura de Kim

Kim se colocava como pré-candidato desde o segundo semestre de 2023.

Em julho do ano passado, ele venceu as prévias do MBL para disputar a prefeitura representando a organização política, que não é um partido. Entretanto, o União Brasil, ao qual é filiado, nunca o apoiou oficialmente.

O parlamentar chegou a defender prévias, que nunca aconteceram.

O partido, inclusive, chegou a divulgar um vídeo apresentando seus pré-candidatos em capitais e não incluiu o parlamentar.

Kim Kataguiri (centro), ao lado do deputado estadual Guto Zacarias (à esquerda), e os candidatos a vereador Amanda Vettorazzo e Renato Battista (direita), membros do MBL / Guilherme Rajão/CNN

União Brasil deve apoiar Nunes

Agora, o caminho da legenda deve ser apoiar a candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A decisão será anunciada neste sábado (3).

Nas redes sociais, mensagens sobre o evento trazem imagens do vereador Milton Leite (União), presidente municipal do União Brasil, junto com pré-candidatos a vereador e a indicação “prefeito Ricardo Nunes”.

Na semana passada, Nunes disse à CNN que o partido o apoiará durante a campanha.

Kim diz que dará “voto útil” em Nunes

O parlamentar afirmou que se reuniu na última semana com Nunes e que o prefeito se comprometeu a apoiar duas medidas de seu plano de governo:

  • investimento na vacina contra o crack e a cocaína;
  • e o Projeto Sonho Grande, que visa levar os melhores alunos da rede pública da São Paulo para visitar a Nasa.

E, que com isso, indicará “voto útil” no prefeito.

Incoerência pelo apoio de Bolsonaro a Nunes

Questionado se seria incoerente votar em Nunes pelo apoio que o prefeito tem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Kim disse que os dois não são a mesma pessoa. O deputado e o MBL foram críticos a ações tomadas pela antiga administração federal.

“Ricardo Nunes não é Jair Bolsonaro. Pode ter o apoio de Jair Bolsonaro, mas não é Jair Bolsonaro”, explicou. “Não há nenhuma incoerência porque nós não estamos apoiando Jair Bolsonaro, nós estamos fazendo voto útil em Ricardo Nunes”, prosseguiu.

Durante o governo de Bolsonaro, Kim foi alvo de um esquema de espionagem da suposta “Abin Paralela”.

De acordo com dados apurados pela Polícia Federal (PF) e divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado teria sido mencionado em conversas entre agentes públicos com o intuito de buscarem “podres” do deputado.

Recentemente, o parlamentar processou a União por danos morais e pediu R$ 80 mil após o caso.

Número de eleitores com nome social em 2024 é o maior na história

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Fui ‘desistido’ e sabotado pelo meu partido”, diz Kim Kataguiri no site CNN Brasil.

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